Palmares é um município
brasileiro do estado de Pernambuco e uma das cidades mais
tradicionais deste Estado. Além de grandes poetas, o município possui o primeiro
teatro a funcionar no interior de Pernambuco e o terceiro mais antigo do
Estado, além de abrigar a primeira loja maçônica de Pernambuco.
A cidade localiza-se a uma altitude de 125 metros acima do nível do mar,
sua população estimada em aproximadamente 70 mil habitantes; limita-se ao norte
com o município do Bonito, a nordeste e leste com Joaquim
Nabuco, ao sul com Xexéu, a sudeste com Água Preta
e a oeste com Catende;
o clima predominante é do tipo quente e úmido, com chuvas de inverno e
temperaturas máximas de 32°c e mínimas de 16 °c. Sua flora é composta por restos da
vegetação primitiva da Mata
Atlântica, algumas espécies arbóreas de alto valor econômico podem
ser ainda encontradas, testemunhando o que foi a floresta nativa. Entre outras,
pode-se detectar a presença da urucuba, louro, ipê amarelo, jatobá, pau-ferro, jacarandá mimoso e rosa, maçaranduba,
pau d'arco, oiticica, camaçari rosa e branco, sucupira
roxa e branca, etc. O município dos Palmares faz parte da microrregião
homogênea denominada Mata Meridional Pernambucana, contida totalmente na Bacia
do Rio Una.
Além da carga histórica da cidade, há também um lado mais bucólico. Existem
vários atrativos naturais para os visitantes. O município é cercado por muitas
águas. Distante
125 km do Recife, o
município tem como principal atividade econômica a cana-de-açúcar, (que
atualmente vem sofrendo enorme defasagem com a falência de muitas usinas) e além desta se destacam também a agricultura
com: batata-doce, mandioca, banana, laranja e abacaxi. O comércio neste
município ainda está em expansão com estabelecimentos de pequeno e médio porte,
com destaque para os supermercados, lojas de material de construção, autopeças
e confecção. Hoje mais de 60% dos moradores de Palmares têm atividades ligadas
ao comércio. Compradores de várias cidades vizinhas vêm até Palmares para fazerem
suas compras, e esses visitantes têm uma participação econômica no comércio de
cerca de 40%. Com o término, duplicação da BR-101,
Palmares, ganhou gande importância como trevo rodoviário, trazendo crescimento
econômico à cidade.
·
ORIGEM DO SEU NOME
O nome “Palmares”
deriva da grande quantidade de palmeiras que existia na região, como: carnaúba,
buriti, buritana, bacaba, babaçu,
pindoba, dendê etc. Seu nome é também recorda a rebelião dos
escravos africanos que de 1630 a 1697, constituiram um reino ou uma
confederação de quilombos que recebeu a denominação de quilombos. “O Quilombo
dos Palmares”, que se instalou na região foi o maior
da história do Brasil, que dirigido pelo valente Zumbi, tomou impulso, fama e ganhou o nome que
hoje tem. Embora não se saiba com
precisão o número de habitantes no “Quilombo
dos Palmares”, tendo em vista que a população flutuava ao sabor das
conjunturas, historiadores estimam que, em 1670, alcançou cerca de
vinte mil pessoas. Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas (manga, jaca, abacate e
outras) e à agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato:
(cestas, tecidos, cerâmica, metalurgia). Os
excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que
colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munição
com os quilombolas.
Muito se tentou contra
os quilombolas e após várias investidas relativamente infrutíferas contra
Palmares, o governador e Capitão-general da capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, contratou o bandeirante
Domingos Jorge Velho e o Capitão-mor Bernardo Vieira de Melo para erradicar de vez a
ameaça dos escravos fugitivos na região. O quilombo passou a ser atacados pelas
forças dos bandeirantes e mesmo experientes nas guerras de extermínio, tiveram
grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, mais elaboradas que
a dos indígenas com quem haviam tido contato.
Adicionalmente, tiveram problemas para contornar a inimizade surgida com os
colonos da região, vítimas de saques dos bandeirantes em diversas ocasiões. Em
janeiro de 1694,
após um ataque frustrado, as forças do bandeirante iniciaram uma empreitada
vitoriosa, com um contingente de seis mil homens, bem armados e municiados,
inclusive com artilharia. Um quilombola, Antônio Soares, foi capturado e,
mediante a promessa de Domingos Jorge Velho de que seria libertado em troca da
revelação do esconderijo do líder, Zumbi foi encurralado e morto em uma
emboscada, a 20 de
novembro de 1695. A cabeça de Zumbi foi cortada e conduzida para Recife, onde
foi exposta em praça pública, no alto de um mastro, para
servir de exemplo a outros escravos e sem a liderança militar de Zumbi, por
volta do ano de 1710,
o quilombo desfez-se por completo.
Por anos, Palmares
foi conhecida como “POVOADO DOS MONTES”
devido a uma doação que o Governo Imperial fez à “Família Montes” que construiu uma capela, hoje a Catedral de Nossa
Senhora da Conceição dos Montes. Depois estas mesmas terras passou-se a se
chamar de “TROMBETAS” devido à lenda
de que um soldado que vinha de Água Preta teria perdido uma trombeta, um instrumento
de sopro popularmente conhecido por corneta durante uma passagem pelo
local,
em
função da tropa que passava em perseguição a um grupo de índios caetés, no então “POVOADO DO UNA” em homenagem ao rio que banha a região e,
finalmente, “PALMARES”, triunfando
assim a vontade dos negros quilombolas.
·
A ESTRADA DE FERRO
Em
1862, a população de Palmares cresceu consideravelmente, tendo em vista a
posição privilegiada da cidade e a chegada da Estrada de Ferro Sul de
Pernambuco, em 30 de novembro de 1862, por força do então Imperador Dom Pedro
II, o Escritório Central da
Administração da Empresa Great Western Railway Company. Desse modo, a povoação
tomou incremento fora do comum, com a instalação do escritório central da
administração, oficinas, almoxarifado e armazéns, tornando-se aquele povoado, consequentemente, o centro comercial da
região.
O
Una, nos meados do século 19, era uma simples povoação, que vivia na
dependência do ENGENHO TROMBETA. Em
torno da estação ferroviária, montada à margem do Rio Una, cresceu a povoação,
a ponto de tornar-se maior do que a sede do próprio município. Quando foi
inaugurada, a estação era o terminal da chamada terceira seção da ferrovia,
entregue juntamente com a segunda seção nesse dia. Era justamente o trecho da
ferrovia do qual os ingleses detinham a concessão, até o encontro dos rios Una
e Piranji, perto de onde se sita a estação, que tomava o nome de um dos rios.
Foi ponta de linha por 20 anos, o que certamente ajudou em seu crescimento. A
construção da Estação Ferroviária, na época “ESTAÇÃO DO UNA”, foi à segunda obra com o capital Inglês em
Palmares e seus trabalhadores, mais de 300 homens, usavam o chalé do Inglês
como pousada. A Casa Grande possuía porão parcial por se encontrar
construída sobre estaca. Neste pavimento, o terraço em alvenaria e madeira em
forma de “U”, exibia vãos abertos com janelas e portas laterais. O acesso à
área residencial era feito através de degraus laterais a sua esquerda. Com
cobertura em duas águas, possuía telhado mais alto e independente do telhado do
alpendre e a cobertura do alpendre era apoiada em colunas de madeira.
·
EMANCIPAÇÃO
DA CIDADE
No
ano de 1868, Palmares é elevado à categoria de Distrito, por força da lei
provincial nº 844, de 28 de setembro. Palmares
foi elevado à categoria de cidade pela Lei provincial nº 1.093, em 24 de maio
de 1873, desmembrando-se do município de Água Preta. Administrativamente, Palmares está constituído
pelos distritos sede e Santo Antônio dos Palmares e pelo povoado de Usina Serro
Azul. Anualmente, no dia 09 de junho Palmares comemora a sua emancipação. Assume a
paróquia Manoel Tertuliano de
Figueiredo, sendo o primeiro Padre a comandar a Igreja Católica municipal. A
construção de uma cultura. Palmares no decorrer de sua história foi berço de
grandes artistas que com pensamentos modernistas transformaram esta terra em
“TERRA DE CULTURA E DE GRANDEZA”.
·
O CLUBE
LITERÁRIO DOS PALMARES.
Em
1882 no dia 1º de outubro foi fundada a “Biblioteca
do Clube Literário” e sua principal intenção era a descontração entre
amigos poetas que de forma recíproca expunham suas criações. Porém com o
prestígio obtido em meio à sociedade, aquela “associação de intelectuais” tornou-se um espaço destinado a
manifestações culturais, sociais e politicas que logo ficou conhecido por meio
de seus bailes e serestas.
Um
ano depois na tipografia do Clube Literário os propulsores da imprensa
palmarense, os amigos “SEVERINO PEREIRA
e JOAQUIM DE ALMEIDA” editam o jornal “ECO”,
primeiro periódico a circular na cidade e em seguida muitos outros foram
lançados, entre eles (A GAZETA DE
PALMARES; O SÃO JOÃO; A SEMANA; O CORREIO DA NOTÍCIA e ORISCO), todos no
ano de 1892. No ano seguinte (1893) foi eleito o primeiro Prefeito da cidade o Dr. LEOPOLDO MARINHO PAULA LINS, tendo como vice-prefeito o Dr. AFONSO MARINHO onde nesse mesmo ano foram lançados cinco (05)
jornais (O RAIO, “Cuja publicação
foi proibida pelo delegado de polícia, que não gostou das matérias editadas”; O ARQUIVO LITERÁRIO; BILONTRA, O CLUBE
LITERÁRIO e a CARTILHA). Em 1894, na administração do 2º Prefeito do
município de Palmares, o Dr. LEOPOLDO MARINHO PAULA LINS, foi
inaugurado o MERCADO PÚBLICO, ao
lado da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, cuja obra foi iniciada na
gestão do Cel. PELEGRINO MARINHO PAULA LINS, onde na solenidade de inauguração esteve
presente o Governador do Estado de Pernambuco, DR. BARBOSA LIMA.
Ainda
em 1894, no dia 23 de outubro é editado o jornal “NOVO ECO”, dirigido por FERNANDO
GRIZ e ARTUR FERREIRA, impresso na tipografia da Estrada de Ferro Sul de Pernambuco, depois chamada Rede Ferroviária Federal S/A, R.F.F.S.A. No ano de nascimento de ASCENSO FERREIRA e do advogado Dr. PEDRO AFONSO DE MEDEIROS em (1895),
foi lançado o jornal A GAZETA POPULAR e dois anos mais tarde, precisamente em
07 de fevereiro de 1897 é editado o periódico “O PROGRESSO”. Em 1889, publica-se o jornal “A GANGORRA” e em 1900 é eleito prefeito de Palmares o “DR. MANOEL HENRIQUE WANDERLEY”. Em 1912 é publicado o primeiro número do
jornal “A NOTÍCIA”, e também eleito
o prefeito o “Cel. LUIZ AMARO DE FRANÇA
PEREIRA”; um ano depois em 1913
surge o periódico “DESPERTAR”,
seguido do “JORNAL DANTISTA”, de
propriedade do CEL. LUIZ DE FRANÇA,
seguido de “A ÉPOCA” Tendo como
colaboradores JOSÉ COIMBRA e CARLOS RIOS.
Outro
Marco importante ocorre no ano seguinte 1914, precisamente há 06 de dezembro,
onde o farmacêutico OTAVIANO DE LAGOS
e o Dr. FAUSTO FIGUEIREDO Fundam O
THEATRO CINEMA APOLO; também neste
ano é editado o jornal “O JARDIM” e
criada a “BANDA MUSICAL FERROVIARIA”
liderada por um grupo de ferroviários liderados por “OLÍMPIO DE SOUZA CRUZ, ROMIRO FRANCELINO, POSSIDÔNIO ALVES, AFONSO
GOMES, JOSE NORBERTO E ANTÔNIO JERÔNIMO, esta durou até 1955 quando foi
substituído pela BANDA MUSICAL 15 DE
NOVEMBRO”.
Em
1956, foi criado no Clube Literário dos Palmares, pelo saudoso BENERVAL ALVES DE MIRANDA um baile nas
noites de quintas feiras onde os cavalheiros acompanhados de suas damas e
vestidos em trajes de gala valorizavam o respeito, a moral e os bons costumes
da casa. Outro evento de grande relevância e inesquecível aos amantes dos
festejos daquela casa foi o “BAILE DAS
FLÂMULAS” quando as dependências do Clube foram decoradas com as flores
vindas de todas as partes do Brasil e inclusive do exterior como (PORTUGAL, CANADÁ, ESPANHA, INGLATERRA E
MÉXICO). O evento teve apoio de grandes amigos e inclusive do saudoso VIRGILIO FRAGA, conhecido como seu “VIVI DA FARMÁCIA DOS POBRES”. A festa
durou quase dez horas e teve presença importante de autoridades civis,
militares e eclesiásticas.
O
Clube Literário tinha grande preocupação em manter viva a tradição da cidade,
seus eventos vislumbravam a muitos e com essa dedicação durante décadas foi
digna de muitos elogios, recebendo em suas dependências visitas de pessoas
renomadas onde tinha o intuito de conhecer suas dependências e assinar o livro
de ouro. Ao passar dos anos e com a morte daqueles que de fato amavam aquela
casa, muito se perdeu em valores culturais e o Clube Literário passou a ser a
Biblioteca Fenelon Barreto que com os inúmeros exemplares em seu acervo
tornou-se a segunda e mais importante biblioteca do Estado de Pernambuco com
mais de 20.000 (vinte mil) volumes entre eles Obras nobres e seletas como
clássicos da literatura GRECO-ROMANA,
LITERATURA FRANCESA, além de grande
riqueza nacional como as obras de ALUÍZIO
DE AZEVEDO, MACHADO DE ASSIS, JOSÉ
DE ALENCAR E EÇA DE QUEIROZ.
·
TERRA DOS
POETAS
Palmares é conhecida como “Terra dos Poetas”, ou “Atenas Pernambucana” por ter sido
berço de renomados e importantes artistas pernambucanos, entre eles (Hermilo Borba filho, Murilo Lagreca,
Fernando Augusto Pinto Ribeiro, Juarez Correya, Amaro
Matias, Paulo Marques, Artur Griz, Ascenso Ferreira, Raymundo Alves de Souza
Calazans Alves d´Araujo, Eliseu Pereira de Melo, Fenelon Barreto, Fernando
Griz, Jayme Griz, Luiz Berto, José Lagreca, Manuel Bemtevi, Milton Souto,
Zenóbio Melo, Telles Junior... entre muitos e muitos outros).
·
Entre estes destacan-se Ascenco Fereira e Hermilo
Borba Filho.
·
ASCENCO FERREIRA
Nascido Aníbal Torres, mudou seu registro para Ascenso
Ferreira Carneiro Gonçalves, mas foi como “Ascenso
Ferreira” que ele se tornou nacionalmente conhecido.
Nasceu em
Palmares, dia nove de
maio de 1895. Filho único do comerciante Antônio
Carneiro Torres e da professora Maria Luiza Gonçalves Ferreira ficou órfão aos treze anos de idade,
passando a trabalhar na mercearia de um tio. Ascenso Ferreira começou a
colaborar em jornais em 1912, em Palmares e Recife PE. Em 1911, publicou no jornal “A Notícia de Palmares” o seu primeiro poema, “Flor Fenecida” e em
1917 fundou com Antônio de Barros Carvalho, Antônio Freire e Artur Griz, entre
outros, a sociedade “Hora Literária de
Palmares”. Em 1920,
mudou-se para o Recife, onde se tornou funcionário público e passou a colaborar com o Diário de Pernambuco e outros jornais. Em 1922 casou-se com Maria Stella, filha do poeta,
funcionário público e literário pernambucano Fernando Griz, mas
este casamento não durou muito. Em 1925, participou do movimento
modernista de Pernambuco e, em 1927, publicou seu
primeiro livro, “Catimbó” e
viajou a vários estados brasileiros para promover recitais. Em 1933 conheceu Maria de Lourdes
Medeiros e passou a morar com ela. Em 1948 nasceu Maria Luísa,
filha do casal. Em 1941 publicou o seu segundo livro
“Cana Caiana”. O terceiro
livro “Xenhenhém” estava
pronto para ser editado, mas só sairia em 1951, incorporado à edição
de Poemas, que foi o primeiro livro surgido no Brasil apresentando disco
de poesias recitadas pelo seu autor - a edição continha, ainda, o poema “O trem de Alagoas” musicado por Villa-Lobos.
Em 1955, participou
ativamente da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek, inclusive
participando de comícios no Rio de
Janeiro. Em 1956,
foi nomeado por JK para a direção do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas
Sociais, no Recife, mas a nomeação foi cancelada dez dias depois, porque um
grupo de intelectuais recifenses não aceitava que o poeta e boêmio irreverente
assumisse o cargo. Foi nomeado, então, assessor do Ministério da
Educação e Cultura, onde só comparecia para receber o salário. Em 1963, a Editora José Olympio (RJ) lançou “Catimbó e outros poemas”. Ascenco Ferreira
usava sempre um grande chapéu de
palha, que era uma verdadeira logomarca. A 05
de maio de 1965, morre Ascenso Ferreira no Recife. Foram publicados postumamente,
em 1986, O Maracatu, Presépios e Pastoris e O Bumba-Meu-Boi: Ensaios
Folclóricos, em livro organizado por Roberto Benjamin. A poesia de Ascenso
Ferreira filia-se à primeira geração do Modernismo. Para Manuel Bandeira, “os
poemas de Ascenso são verdadeiras rapsódias do Nordeste, nas quais se espelha
amoravelmente a alma ora brincalhona, ora pungentemente nostálgica das
populações dos engenhos e do sertão”.
·
SEUS
RIOS
A bacia hidrográfica do Una assemelha-se a um grande losango
recortado no sentido oeste-leste, onde seus eixos principal e secundário medem,
respectivamente, cerca de 240 e 70 km. O
Rio Una nasce na serra da Capoeira,
a uma altitude de aproximadamente 900 metros e percorre cerca de 200 km até seu
encontro com o Oceano Atlântico, no município de Barreiros. Drena, ao longo de
seu curso, a partir da nascente, as cidades de São Bento do Una, Cachoeirinha,
Palmares, Água Preta, Barreiros e áreas dos municípios de Altinho, Agrestina,
São Joaquim do Monte, Belém de Maria, Bonito e Catende. O seu escoamento é
intermitente até as proximidades da cidade de Altinho, quando a partir daí se
torna perene face ao aumento dos índices pluviométricos da região.
O Una corta o município dos Palmares na direção
oeste-leste até a Fazenda Couceiro, onde toma a direção sul até encontrar a
sede do município, tomando novamente a direção leste até os limites de Água
Preta, onde forma a cachoeira dos Martins. O principal tributário é o Rio Piranji, situado à margem direita.
O Rio Piranji tem início no
povoado de Pau Ferro em Quipapá, a uma altitude aproximada de 600 metros,
drenando ao longo dos seus 72 km de extensão áreas dos municípios de Quipapá,
São Benedito do Sul, Maraial, Catende, Palmares e desaguando no rio Una 3 km à
montante da cidade dos Palmares. Além do Piranji, destacam-se alguns cursos de
água tributários do Una, sendo os mais importantes o Rio Camevou que faz os limites naturais com o município do Bonito;
o Rio Verde e o Rio Preto afluentes da margem esquerda ao norte do município. Pela
margem direita destacam-se o Rio Parnaso
e o Riacho dos Cachorros, este último de grande importância face a sua
condição essencial para o sistema de abastecimento de água para a sede do
município. Esses cursos de água foram no passado, em sua maioria, caminhos de
penetração para o município, até mesmo para o interior do estado. Ademais,
esses cursos destacam-se mais pela importância das indústrias localizadas em
suas bacias do que pela sua extensão. A utilização desses rios como fonte de abastecimento
de água tem sido prejudicada pelo despejo de caldas provenientes das usinas de
açúcar, outro resíduos industriais e esgotos doméstico e hospitalar, contribuindo
de forma significativa para sua degradação, prejudicando de forma direta
comunidades que vivem as suas margens.
·
CINE TEATRO APOLO
Aproximadamente em 1907, o
comerciante Fausto Figueiredo (antes de ser prefeito deste município) comprou
um casarão antigo situado na rua da matriz. Ele o reformou e inaugurou o Cine
Teatro Apolo ( nome este, pelo fato do proprietário ser admirador de um ator
famoso que tinha este nome em um filme de
faroeste) e inaugurou o cinema em 14 de dezembro de 1914.
Por ser o primeiro Cinema do
interior do Estado de Pernambuco, tornou-se também o mais famoso e em seu palco
aconteceram muitos espetáculos como peças teatrais, recitais e filmes, sempre
com casa cheia. Pela fama do Cine Teatro Apolo, muitos vinham de grande parte
do país para conhecer seu interior, e por ele grandes nomes passaram. (
Valdemar de Oliveira, Vinicius de Morais, Lelé Corrêa, Hermilo Borba Filho,
Aluísio Freitas, Fenelon Barreto, Ascenso Ferreira, Celecina Vasconcelos,
Procópio e Bibi Ferreira. O cinema funcionou durante 70 anos, até que o
prefeito Luiz Portela de Carvalho comprou o prédio da família do Senhor Amaro
Bezerra de Vasconcelos ( atual proprietário). No ano de 1983 e 1984 tornou-se
sede da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho ( homenagem ao teatrólogo
e romancista palmarense que viveu de 1917 a 1976). Segundo dados colhidos houve
um período em que o Cine Teatro Apolo tornou-se uma loja de móveis (Norma Rocha
Magazine) e o senhor Aluízio Freitas em conversa com o Senhor Luiz Portela de
Carvalho contou-lhe de sua tristeza em ver aquele local servindo de comercio,
foi então que o prefeito sensibilizado imediatamente comprou o prédio e o transformou em lei municipal de
nº 896 de 08/07/1983.
Hoje o Cine Teatro Apolo é um
patrimônio tombado pelo Estado de Pernambuco. Portanto pertence ao povo de
Palmares e a os pernambucanos.
·
DIOCESE
DOS PALMARES E SEU PRIMEIRO BISPO
·
DOM
ACÁCIO RODRIGUE ALVES 1º BISPO DIOCESANO
Nasceu em Garanhuns, aos 09
dias do mês de abril de 1925, filho de Antônio Alves do Nascimento (falecido em
1946) e Maria Rodrigues Alves (falecida em 1965). Tem dois irmãos ele é o
caçula. Foi batizado e crismado em Garanhuns, em 28.04.1925. Fez a 1ª comunhão
em 08 de dezembro de 1931. Curso Primário: Grupo Escolar João Pessoa –
Garanhuns, 1931 a 1935. Curso Ginasial e Científico: Colégio Diocesano de
Garanhuns, 1936 a 1941. Curso de Filosofia: Seminário de Olinda, 1942 a 1945.
Curso de Teologia: Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, 1945 a 1951.
Pós-Graduação:
Licenciatura em Direito Canônico - Universidade Gregoriana - Colégio Pio
Brasileiro, em Roma, 1949 a 1951. Antes de ser bispo foi Reitor do Seminário
Menor São José em Garanhuns; Vigário em Santa Teresinha - Garanhuns. Vigário de
Belém de Maria e finalmente Diretor Espiritual do Seminário de Garanhuns. Tomou
a resolução de ser padre no término do curso ginasial, entrando no Seminário de
Olinda, no dia 09 de abril de 1942, com 17 anos.
·
Foi ordenado padre
em 12.03.1949 (com 24 anos).
·
Eleito Bispo em 14
de julho de 1962 (com 37 anos).
·
Sagrado Bispo em
16 de Setembro de 1962.
·
Tomou posse na sua
1ª Diocese - Palmares em 23.09.1962
Ao
completar 25 anos de bispado, solicitou ao Papa João Paulo II a sua dispensa.
Foi substituído por Dom Genival Saraiva de França
que assumiu a diocese dos Palmares em
28/10/2000. Dom Acácio Rodrigues Alves, faleceu no dia 24 de agosto
de 2010, aos 85 anos de idade, no Hospital Real Português, na capital
pernambucana onde ficou internado por um mês. O corpo foi velado em câmara ardente, na
cidade dos Palmares onde recebeu inúmeras homenagens e sepultado na cidade de
Gameleira-PE.