segunda-feira, 9 de junho de 2014

História de Palmares-PE (Por Nonato Barakah)




                 Palmares é um município brasileiro do estado de Pernambuco e uma das cidades mais tradicionais deste Estado. Além de grandes poetas, o município possui o primeiro teatro a funcionar no interior de Pernambuco e o terceiro mais antigo do Estado, além de abrigar a primeira loja maçônica de Pernambuco.
A cidade localiza-se a uma altitude de 125 metros acima do nível do mar, sua população estimada em aproximadamente 70 mil habitantes; limita-se ao norte com o município do Bonito, a nordeste e leste com Joaquim Nabuco, ao sul com Xexéu, a sudeste com Água Preta e a oeste com Catende; o clima predominante é do tipo quente e úmido, com chuvas de inverno e temperaturas máximas de 32°c e mínimas de 16 °c. Sua flora é composta por restos da vegetação primitiva da Mata Atlântica, algumas espécies arbóreas de alto valor econômico podem ser ainda encontradas, testemunhando o que foi a floresta nativa. Entre outras, pode-se detectar a presença da urucuba, louro, ipê amarelo, jatobá, pau-ferro, jacarandá mimoso e rosa, maçaranduba, pau d'arco, oiticica, camaçari rosa e branco, sucupira roxa e branca, etc. O município dos Palmares faz parte da microrregião homogênea denominada Mata Meridional Pernambucana, contida totalmente na Bacia do Rio Una. Além da carga histórica da cidade, há também um lado mais bucólico. Existem vários atrativos naturais para os visitantes. O município é cercado por muitas águas. Distante 125 km do Recife, o município tem como principal atividade econômica a cana-de-açúcar, (que atualmente vem sofrendo enorme defasagem com a falência de muitas usinas) e além desta se destacam também a agricultura com: batata-doce, mandioca, banana, laranja e abacaxi. O comércio neste município ainda está em expansão com estabelecimentos de pequeno e médio porte, com destaque para os supermercados, lojas de material de construção, autopeças e confecção. Hoje mais de 60% dos moradores de Palmares têm atividades ligadas ao comércio. Compradores de várias cidades vizinhas vêm até Palmares para fazerem suas compras, e esses visitantes têm uma participação econômica no comércio de cerca de 40%. Com o término, duplicação da BR-101, Palmares, ganhou gande importância como trevo rodoviário, trazendo crescimento econômico à cidade.

·         ORIGEM DO SEU NOME



                 O nome “Palmares” deriva da grande quantidade de palmeiras que existia na região, como: carnaúba, buriti, buritana, bacaba, babaçu, pindoba, dendê etc. Seu nome é também recorda a rebelião dos escravos africanos que de 1630 a 1697, constituiram um reino ou uma confederação de quilombos que recebeu a denominação de quilombos. “O Quilombo dos Palmares”, que se instalou na região foi o maior da história do Brasil, que dirigido pelo valente Zumbi, tomou impulso, fama e ganhou o nome que hoje tem. Embora não se saiba com precisão o número de habitantes no “Quilombo dos Palmares”, tendo em vista que a população flutuava ao sabor das conjunturas, historiadores estimam que, em 1670, alcançou cerca de vinte mil pessoas. Essa população sobrevivia graças à caça, à pesca, à coleta de frutas (manga, jaca, abacate e outras) e à agricultura (feijão, milho, mandioca, banana, laranja e cana-de-açúcar). Complementarmente, praticava o artesanato: (cestas, tecidos, cerâmica, metalurgia). Os excedentes eram comercializados com as populações vizinhas, de tal forma que colonos chegavam a alugar terras para plantio e a trocar alimentos por munição com os quilombolas.
                 Muito se tentou contra os quilombolas e após várias investidas relativamente infrutíferas contra Palmares, o governador e Capitão-general da capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, contratou o bandeirante Domingos Jorge Velho e o Capitão-mor Bernardo Vieira de Melo para erradicar de vez a ameaça dos escravos fugitivos na região. O quilombo passou a ser atacados pelas forças dos bandeirantes e mesmo experientes nas guerras de extermínio, tiveram grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, mais elaboradas que a dos indígenas com quem haviam tido contato. Adicionalmente, tiveram problemas para contornar a inimizade surgida com os colonos da região, vítimas de saques dos bandeirantes em diversas ocasiões. Em janeiro de 1694, após um ataque frustrado, as forças do bandeirante iniciaram uma empreitada vitoriosa, com um contingente de seis mil homens, bem armados e municiados, inclusive com artilharia. Um quilombola, Antônio Soares, foi capturado e, mediante a promessa de Domingos Jorge Velho de que seria libertado em troca da revelação do esconderijo do líder, Zumbi foi encurralado e morto em uma emboscada, a 20 de novembro de 1695. A cabeça de Zumbi foi cortada e conduzida para Recife, onde foi exposta em praça pública, no alto de um mastro, para servir de exemplo a outros escravos e sem a liderança militar de Zumbi, por volta do ano de 1710, o quilombo desfez-se por completo.
                 Por anos, Palmares foi conhecida como “POVOADO DOS MONTES” devido a uma doação que o Governo Imperial fez à “Família Montes” que construiu uma capela, hoje a Catedral de Nossa Senhora da Conceição dos Montes. Depois estas mesmas terras passou-se a se chamar de “TROMBETAS” devido à lenda de que um soldado que vinha de Água Preta teria perdido uma trombeta, um instrumento de sopro popularmente conhecido por corneta durante uma passagem pelo local, em função da tropa que passava em perseguição a um grupo de índios caetés, no então “POVOADO DO UNA” em homenagem ao rio que banha a região e, finalmente, “PALMARES”, triunfando assim a vontade dos negros quilombolas.


·         A ESTRADA DE FERRO
  


                            Em 1862, a população de Palmares cresceu consideravelmente, tendo em vista a posição privilegiada da cidade e a chegada da Estrada de Ferro Sul de Pernambuco, em 30 de novembro de 1862, por força do então Imperador Dom Pedro II, o  Escritório Central da Administração da Empresa Great Western Railway Company. Desse modo, a povoação tomou incremento fora do comum, com a instalação do escritório central da administração, oficinas, almoxarifado e armazéns, tornando-se aquele povoado,  consequentemente, o centro comercial da região.
                 O Una, nos meados do século 19, era uma simples povoação, que vivia na dependência do ENGENHO TROMBETA. Em torno da estação ferroviária, montada à margem do Rio Una, cresceu a povoação, a ponto de tornar-se maior do que a sede do próprio município. Quando foi inaugurada, a estação era o terminal da chamada terceira seção da ferrovia, entregue juntamente com a segunda seção nesse dia. Era justamente o trecho da ferrovia do qual os ingleses detinham a concessão, até o encontro dos rios Una e Piranji, perto de onde se sita a estação, que tomava o nome de um dos rios. Foi ponta de linha por 20 anos, o que certamente ajudou em seu crescimento. A construção da Estação Ferroviária, na época “ESTAÇÃO DO UNA”, foi à segunda obra com o capital Inglês em Palmares e seus trabalhadores, mais de 300 homens, usavam o chalé do Inglês como pousada. A Casa Grande possuía porão parcial por se encontrar construída sobre estaca. Neste pavimento, o terraço em alvenaria e madeira em forma de “U”, exibia vãos abertos com janelas e portas laterais. O acesso à área residencial era feito através de degraus laterais a sua esquerda. Com cobertura em duas águas, possuía telhado mais alto e independente do telhado do alpendre e a cobertura do alpendre era apoiada em colunas de madeira.

·         EMANCIPAÇÃO DA CIDADE

                 No ano de 1868, Palmares é elevado à categoria de Distrito, por força da lei provincial nº 844, de 28 de setembro. Palmares foi elevado à categoria de cidade pela Lei provincial nº 1.093, em 24 de maio de 1873, desmembrando-se do município de Água Preta.  Administrativamente, Palmares está constituído pelos distritos sede e Santo Antônio dos Palmares e pelo povoado de Usina Serro Azul. Anualmente, no dia 09 de junho Palmares comemora a sua emancipação. Assume a paróquia Manoel Tertuliano de Figueiredo, sendo o primeiro Padre a comandar a Igreja Católica municipal. A construção de uma cultura. Palmares no decorrer de sua história foi berço de grandes artistas que com pensamentos modernistas transformaram esta terra em “TERRA DE CULTURA E DE GRANDEZA”.


·         O CLUBE LITERÁRIO DOS PALMARES.



                      Em 1882 no dia 1º de outubro foi fundada a “Biblioteca do Clube Literário” e sua principal intenção era a descontração entre amigos poetas que de forma recíproca expunham suas criações. Porém com o prestígio obtido em meio à sociedade, aquela “associação de intelectuais” tornou-se um espaço destinado a manifestações culturais, sociais e politicas que logo ficou conhecido por meio de seus bailes e serestas.
                      Um ano depois na tipografia do Clube Literário os propulsores da imprensa palmarense, os amigos “SEVERINO PEREIRA e JOAQUIM DE ALMEIDA” editam o jornal “ECO”, primeiro periódico a circular na cidade e em seguida muitos outros foram lançados, entre eles (A GAZETA DE PALMARES; O SÃO JOÃO; A SEMANA; O CORREIO DA NOTÍCIA e ORISCO), todos no ano de 1892. No ano seguinte (1893) foi eleito o primeiro Prefeito da cidade o Dr. LEOPOLDO MARINHO PAULA LINS, tendo como vice-prefeito o Dr. AFONSO MARINHO onde nesse mesmo ano foram lançados cinco (05) jornais (O RAIO, “Cuja publicação foi proibida pelo delegado de polícia, que não gostou das matérias editadas”; O ARQUIVO LITERÁRIO; BILONTRA, O CLUBE LITERÁRIO e a CARTILHA). Em 1894, na administração do 2º Prefeito do município de Palmares, o Dr. LEOPOLDO MARINHO PAULA LINS, foi inaugurado o MERCADO PÚBLICO, ao lado da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, cuja obra foi iniciada na gestão do Cel. PELEGRINO MARINHO PAULA LINS, onde na solenidade de inauguração esteve presente o Governador do Estado de Pernambuco, DR. BARBOSA LIMA.
                            Ainda em 1894, no dia 23 de outubro é editado o jornal “NOVO ECO”, dirigido por FERNANDO GRIZ e ARTUR FERREIRA, impresso na tipografia da Estrada de Ferro Sul de Pernambuco, depois chamada Rede Ferroviária Federal S/A, R.F.F.S.A.           No ano de nascimento de ASCENSO FERREIRA e do advogado Dr. PEDRO AFONSO DE MEDEIROS em (1895), foi lançado o jornal A GAZETA POPULAR e dois anos mais tarde, precisamente em 07 de fevereiro de 1897 é editado o periódico “O PROGRESSO”. Em 1889, publica-se o jornal “A GANGORRA” e em 1900 é eleito prefeito de Palmares o “DR. MANOEL HENRIQUE WANDERLEY”.  Em 1912 é publicado o primeiro número do jornal “A NOTÍCIA”, e também eleito o prefeito o “Cel. LUIZ AMARO DE FRANÇA PEREIRA”; um ano depois em 1913 surge o periódico “DESPERTAR”, seguido do “JORNAL DANTISTA”, de propriedade do CEL. LUIZ DE FRANÇA, seguido de “A ÉPOCA” Tendo como colaboradores JOSÉ COIMBRA e CARLOS RIOS.
                 Outro Marco importante ocorre no ano seguinte 1914, precisamente há 06 de dezembro, onde o farmacêutico OTAVIANO DE LAGOS e o Dr. FAUSTO FIGUEIREDO Fundam O THEATRO CINEMA APOLO; também neste ano é editado o jornal “O JARDIM” e criada a “BANDA MUSICAL FERROVIARIA” liderada por um grupo de ferroviários liderados por “OLÍMPIO DE SOUZA CRUZ, ROMIRO FRANCELINO, POSSIDÔNIO ALVES, AFONSO GOMES, JOSE NORBERTO E ANTÔNIO JERÔNIMO, esta durou até 1955 quando foi substituído pela BANDA MUSICAL 15 DE NOVEMBRO”.
                 Em 1956, foi criado no Clube Literário dos Palmares, pelo saudoso BENERVAL ALVES DE MIRANDA um baile nas noites de quintas feiras onde os cavalheiros acompanhados de suas damas e vestidos em trajes de gala valorizavam o respeito, a moral e os bons costumes da casa. Outro evento de grande relevância e inesquecível aos amantes dos festejos daquela casa foi o “BAILE DAS FLÂMULAS” quando as dependências do Clube foram decoradas com as flores vindas de todas as partes do Brasil e inclusive do exterior como (PORTUGAL, CANADÁ, ESPANHA, INGLATERRA E MÉXICO). O evento teve apoio de grandes amigos e inclusive do saudoso VIRGILIO FRAGA, conhecido como seu “VIVI DA FARMÁCIA DOS POBRES”. A festa durou quase dez horas e teve presença importante de autoridades civis, militares e eclesiásticas.
                 O Clube Literário tinha grande preocupação em manter viva a tradição da cidade, seus eventos vislumbravam a muitos e com essa dedicação durante décadas foi digna de muitos elogios, recebendo em suas dependências visitas de pessoas renomadas onde tinha o intuito de conhecer suas dependências e assinar o livro de ouro. Ao passar dos anos e com a morte daqueles que de fato amavam aquela casa, muito se perdeu em valores culturais e o Clube Literário passou a ser a Biblioteca Fenelon Barreto que com os inúmeros exemplares em seu acervo tornou-se a segunda e mais importante biblioteca do Estado de Pernambuco com mais de 20.000 (vinte mil) volumes entre eles Obras nobres e seletas como clássicos da literatura GRECO-ROMANA, LITERATURA FRANCESA, além de grande riqueza nacional como as obras de ALUÍZIO DE AZEVEDO, MACHADO DE ASSIS, JOSÉ DE ALENCAR E EÇA DE QUEIROZ.

·         TERRA DOS POETAS

                            Palmares é conhecida como “Terra dos Poetas”, ou “Atenas Pernambucana” por ter sido berço de renomados e importantes artistas pernambucanos, entre eles (Hermilo Borba filho, Murilo Lagreca, Fernando Augusto Pinto Ribeiro, Juarez Correya, Amaro Matias, Paulo Marques, Artur Griz, Ascenso Ferreira, Raymundo Alves de Souza Calazans Alves d´Araujo, Eliseu Pereira de Melo, Fenelon Barreto, Fernando Griz, Jayme Griz, Luiz Berto, José Lagreca, Manuel Bemtevi, Milton Souto, Zenóbio Melo, Telles Junior... entre muitos e muitos outros).
·         Entre estes destacan-se Ascenco Fereira e Hermilo Borba Filho.

·         ASCENCO FERREIRA



                  Nascido Aníbal Torres, mudou seu registro para Ascenso Ferreira Carneiro Gonçalves, mas foi como “Ascenso Ferreira” que ele se tornou nacionalmente conhecido.
                 Nasceu em Palmares, dia nove de maio de 1895. Filho único do comerciante Antônio Carneiro Torres e da professora Maria Luiza Gonçalves Ferreira ficou órfão aos treze anos de idade, passando a trabalhar na mercearia de um tio. Ascenso Ferreira começou a colaborar em jornais em 1912, em Palmares e Recife PE. Em 1911, publicou no jornal “A Notícia de Palmares” o seu primeiro poema, Flor Fenecida” e em 1917 fundou com Antônio de Barros Carvalho, Antônio Freire e Artur Griz, entre outros, a sociedade “Hora Literária de Palmares”. Em 1920, mudou-se para o Recife, onde se tornou funcionário público e passou a colaborar com o Diário de Pernambuco e outros jornais.            Em 1922 casou-se com Maria Stella, filha do poeta, funcionário público e literário pernambucano Fernando Griz, mas este casamento não durou muito. Em 1925, participou do movimento modernista de Pernambuco e, em 1927, publicou seu primeiro livro, “Catimbó” e viajou a vários estados brasileiros para promover recitais. Em 1933 conheceu Maria de Lourdes Medeiros e passou a morar com ela. Em 1948 nasceu Maria Luísa, filha do casal. Em 1941 publicou o seu segundo livro “Cana Caiana”. O terceiro livro “Xenhenhém” estava pronto para ser editado, mas só sairia em 1951, incorporado à edição de Poemas, que foi o primeiro livro surgido no Brasil apresentando disco de poesias recitadas pelo seu autor - a edição continha, ainda, o poema “O trem de Alagoas” musicado por Villa-Lobos.
                 Em 1955, participou ativamente da campanha presidencial de Juscelino Kubitschek, inclusive participando de comícios no Rio de Janeiro. Em 1956, foi nomeado por JK para a direção do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, no Recife, mas a nomeação foi cancelada dez dias depois, porque um grupo de intelectuais recifenses não aceitava que o poeta e boêmio irreverente assumisse o cargo. Foi nomeado, então, assessor do Ministério da Educação e Cultura, onde só comparecia para receber o salário. Em 1963, a Editora José Olympio (RJ) lançou “Catimbó e outros poemas”.                             Ascenco Ferreira usava sempre um grande chapéu de palha, que era uma verdadeira logomarca. A 05 de maio de 1965, morre Ascenso Ferreira no Recife. Foram publicados postumamente, em 1986, O Maracatu, Presépios e Pastoris e O Bumba-Meu-Boi: Ensaios Folclóricos, em livro organizado por Roberto Benjamin. A poesia de Ascenso Ferreira filia-se à primeira geração do Modernismo. Para Manuel Bandeira, “os poemas de Ascenso são verdadeiras rapsódias do Nordeste, nas quais se espelha amoravelmente a alma ora brincalhona, ora pungentemente nostálgica das populações dos engenhos e do sertão”.

·         SEUS RIOS



                 A bacia hidrográfica do Una assemelha-se a um grande losango recortado no sentido oeste-leste, onde seus eixos principal e secundário medem, respectivamente, cerca de 240 e 70 km.  O Rio Una nasce na serra da Capoeira, a uma altitude de aproximadamente 900 metros e percorre cerca de 200 km até seu encontro com o Oceano Atlântico, no município de Barreiros. Drena, ao longo de seu curso, a partir da nascente, as cidades de São Bento do Una, Cachoeirinha, Palmares, Água Preta, Barreiros e áreas dos municípios de Altinho, Agrestina, São Joaquim do Monte, Belém de Maria, Bonito e Catende. O seu escoamento é intermitente até as proximidades da cidade de Altinho, quando a partir daí se torna perene face ao aumento dos índices pluviométricos da região.
O Una corta o município dos Palmares na direção oeste-leste até a Fazenda Couceiro, onde toma a direção sul até encontrar a sede do município, tomando novamente a direção leste até os limites de Água Preta, onde forma a cachoeira dos Martins. O principal tributário é o Rio Piranji, situado à margem direita.
                 O Rio Piranji tem início no povoado de Pau Ferro em Quipapá, a uma altitude aproximada de 600 metros, drenando ao longo dos seus 72 km de extensão áreas dos municípios de Quipapá, São Benedito do Sul, Maraial, Catende, Palmares e desaguando no rio Una 3 km à montante da cidade dos Palmares. Além do Piranji, destacam-se alguns cursos de água tributários do Una, sendo os mais importantes o Rio Camevou que faz os limites naturais com o município do Bonito; o Rio Verde e o Rio Preto afluentes da margem esquerda ao norte do município. Pela margem direita destacam-se o Rio Parnaso e o Riacho dos Cachorros, este último de grande importância face a sua condição essencial para o sistema de abastecimento de água para a sede do município. Esses cursos de água foram no passado, em sua maioria, caminhos de penetração para o município, até mesmo para o interior do estado. Ademais, esses cursos destacam-se mais pela importância das indústrias localizadas em suas bacias do que pela sua extensão. A utilização desses rios como fonte de abastecimento de água tem sido prejudicada pelo despejo de caldas provenientes das usinas de açúcar, outro resíduos industriais e esgotos doméstico e hospitalar, contribuindo de forma significativa para sua degradação, prejudicando de forma direta comunidades que vivem as suas margens.


·         CINE TEATRO APOLO
  

                 Aproximadamente em 1907, o comerciante Fausto Figueiredo (antes de ser prefeito deste município) comprou um casarão antigo situado na rua da matriz. Ele o reformou e inaugurou o Cine Teatro Apolo ( nome este, pelo fato do proprietário ser admirador de um ator famoso que tinha este nome em um filme de  faroeste) e inaugurou o cinema em 14 de dezembro de 1914.
                 Por ser o primeiro Cinema do interior do Estado de Pernambuco, tornou-se também o mais famoso e em seu palco aconteceram muitos espetáculos como peças teatrais, recitais e filmes, sempre com casa cheia. Pela fama do Cine Teatro Apolo, muitos vinham de grande parte do país para conhecer seu interior, e por ele grandes nomes passaram. ( Valdemar de Oliveira, Vinicius de Morais, Lelé Corrêa, Hermilo Borba Filho, Aluísio Freitas, Fenelon Barreto, Ascenso Ferreira, Celecina Vasconcelos, Procópio e Bibi Ferreira. O cinema funcionou durante 70 anos, até que o prefeito Luiz Portela de Carvalho comprou o prédio da família do Senhor Amaro Bezerra de Vasconcelos ( atual proprietário). No ano de 1983 e 1984 tornou-se sede da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho ( homenagem ao teatrólogo e romancista palmarense que viveu de 1917 a 1976). Segundo dados colhidos houve um período em que o Cine Teatro Apolo tornou-se uma loja de móveis (Norma Rocha Magazine) e o senhor Aluízio Freitas em conversa com o Senhor Luiz Portela de Carvalho contou-lhe de sua tristeza em ver aquele local servindo de comercio, foi então que o prefeito sensibilizado imediatamente comprou  o prédio e o transformou em lei municipal de nº 896 de 08/07/1983.

Hoje o Cine Teatro Apolo é um patrimônio tombado pelo Estado de Pernambuco. Portanto pertence ao povo de Palmares e a os pernambucanos.


·         DIOCESE DOS PALMARES E SEU PRIMEIRO BISPO




                 A Diocese de Palmares (Dioecesis Palmopolitanus) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil, pertencente à Província Eclesiástica de Olinda e Recife e ao Conselho Episcopal Regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sendo sufragânea da Arquidiocese de Olinda e Recife. A episcopal está na Catedral Nossa Senhora da Conceição dos Montes, na cidade de Palmares, no estado de Pernambuco.
                 A Diocese de Palmares foi erigida a 13 de janeiro de 1962, pelo Papa João XXIII, desmembrada da Diocese de Garanhuns e da Arquidiocese de Olinda e Recife. Em 2004, a diocese contava com uma população aproximada de 423.589 habitantes, com 79% de católicos. O território da diocese é de 3.797 km², organizado em 20 paróquias. Seu primeiro bispo diocesano foi Dom Acácio Rodrigues Alves, sagrado no dia 16 de setembro de 1962 e empossado a 23 de setembro do mesmo ano.

·         DOM ACÁCIO RODRIGUE ALVES 1º BISPO DIOCESANO

                 Nasceu em Garanhuns, aos 09 dias do mês de abril de 1925, filho de Antônio Alves do Nascimento (falecido em 1946) e Maria Rodrigues Alves (falecida em 1965). Tem dois irmãos ele é o caçula. Foi batizado e crismado em Garanhuns, em 28.04.1925. Fez a 1ª comunhão em 08 de dezembro de 1931. Curso Primário: Grupo Escolar João Pessoa – Garanhuns, 1931 a 1935. Curso Ginasial e Científico: Colégio Diocesano de Garanhuns, 1936 a 1941. Curso de Filosofia: Seminário de Olinda, 1942 a 1945. Curso de Teologia: Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, 1945 a 1951.
                            Pós-Graduação: Licenciatura em Direito Canônico - Universidade Gregoriana - Colégio Pio Brasileiro, em Roma, 1949 a 1951. Antes de ser bispo foi Reitor do Seminário Menor São José em Garanhuns; Vigário em Santa Teresinha - Garanhuns. Vigário de Belém de Maria e finalmente Diretor Espiritual do Seminário de Garanhuns. Tomou a resolução de ser padre no término do curso ginasial, entrando no Seminário de Olinda, no dia 09 de abril de 1942, com 17 anos.
·         Foi ordenado padre em 12.03.1949 (com 24 anos).
·         Eleito Bispo em 14 de julho de 1962 (com 37 anos).
·         Sagrado Bispo em 16 de Setembro de 1962.
·         Tomou posse na sua 1ª Diocese - Palmares em 23.09.1962

                            Ao completar 25 anos de bispado, solicitou ao Papa João Paulo II a sua dispensa. Foi substituído por Dom Genival Saraiva de França que assumiu a diocese dos Palmares em 28/10/2000. Dom Acácio Rodrigues Alves, faleceu no dia 24 de agosto de 2010, aos 85 anos de idade, no Hospital Real Português, na capital pernambucana onde ficou internado por um mês.  O corpo foi velado em câmara ardente, na cidade dos Palmares onde recebeu inúmeras homenagens e sepultado na cidade de Gameleira-PE.

Um comentário:

Burgos disse...

Tenho informações que a primeira loja da maçonaria foi na cidade de Itambem